segunda-feira, 18 de abril de 2011

Se uma rosa infinita



Se uma rosa infinita me rebentasse no peito
e, ao entardecer, florescesse nos meus lábios,
deixarias que fosse removendo as sombras
- porque vives nas sombras - com minhas mão sedentas,
com cavalos de insónia galopando na minha testa
a pô-la devagar nos teus ombros nocturnos?

Se um ramo de fogo brotasse na minha língua
deixarias que fosse como um vento na noite
- essa noite que tens na tua voz e em tua casa -
a dizer-te palavras nas tuas costas desnudas?

Antonio Gamoneda
[trad: cas]

Nenhum comentário:

Postar um comentário