quarta-feira, 20 de abril de 2011
NOTURNO
No silêncio da noite vou formando
teu retrato, no silêncio da noite
modelando teus olhos, teus cabelos
entre os lençóis de sono que me envolvem.
Na meia claridade, maldesperto,
angustiado, insone, construindo
a arquitetura móvel de teus lábios
levanto-me, e estás sempre comigo.
Durante o dia e a qualquer momento
estamos lado a lado, vou compondo
a tua imagem (vento sombra nuvem),
lembrança amiga no trabalho duro.
E surges na agonia do crepúsculo
- e és a aurora inaugurando a noite.
Fernando Py
in 70 Poemas Escolhidos
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário