sábado, 21 de maio de 2011
'Sou o que serei'
(Emíle Vernon)
Às vezes me abandono inteiramente a saudades
[estranhas
E viajo por terras incríveis, incríveis.
Outras vezes porém qualquer coisa à-toa –
O uivo de um cão na noite morta,
O apito de um trem cortando o silêncio,
Uma paisagem matinal,
Uma canção qualquer surpreendida na rua –
Qualquer coisa acorda em mim coisas perdidas no tempo
E há no meu ser uma unidade tão perfeita
Que perco a noção da hora presente, e então
Sou o que fui.
E sou o que serei.
Augusto Frederico Schmidt
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